Para você que está querendo saber mais um pouco sobre este fascinante hobbye, desde os primórdios o homem se comunica e, ao longo dos séculos, a comunicação vem se diversificando sendo hoje algo indispensável já que as informações e o aprimoramento cultural vem por intermédio dos meios hoje utilizados.
Todavia, tudo começou quando o homem percebeu que de sua boca saía sons, vozes, e que poderia comunicar-se, o que acabou sendo uma verdade.
Nesse processo evolutivo os homens inventaram a escrita que por longos séculos foi o único meio para divulgar suas idéias, seus pensamentos e expressar a sua vontade, seu desejo e sua revolta. Falar a tantos ainda que dispersos por lugares distantes. O radioamadorismo nasceu junto com as primeiras experiências de emissão e recepção de rádio lá pelos idos de 1810. São protagonistas naquela época o padre gaúcho Landell de Moura e o italiano Guilhermino Marconi.
Pe. Landell foi o primeiro a transmitir e receber sinais de voz pelo rádio num evento em 1899 na Av. Paulista - SP. Com transmissores rudimentares (mas muito avançados para a época, tanto que vários encararam aquilo como bruxaria!) Landell conseguiu transmitir e receber sinais da voz humana por intermédio de equipamentos ligados a uma antena pela distância de alguns quilômetros. Marconi consegue no mesmo ano transmitir seus sinais de telegrafia.
Isto é importante pois firma posição de quem inventou o rádio foi um brasileiro, apesar da falta de apoio do governo de seu país em relação às patentes. Marconi voltou-se mais para o lado comercial. Montou um sistema de telegrafia sem fio.
Como não existiam fábricas de rádio, o radioamadorismo nasceu pelo prazer nas montagens dos equipamentos, as experiências e avanços tecnológicos surpreendentes para a época e levada a cabo por amadores, isto é, pessoas que se utilizavam da novidade para seu próprio interesse e diversão.
Ao longo do século XX o radioamadorismo viveu grande evolução técnica, possibilitando que se possa falar com pessoas em outros rincões da Terra, e tudo por conta de um simples equipamento de radiocomunicação.
No Brasil, desde a década de 30 o radioamador tem merecido especial atenção da sociedade. o radioamadorismo passou a diminuir as distâncias. Recados que demorariam dias ou até meses para chegar passaram a ser instantâneos. Isto revolucionou as comunicações e passou a ter uma finalidade social e coletiva importante como reportagens de acidentes, situações de perigo e calamidades públicas. Sem a facilidade do telefone, valendo-se de sua estação alimentada com baixa voltagem pode, utilizando antenas simples, solicitar o socorro para aquela comunidade. Esta habilidade conferiu ao radioamador a capacidade de fazer parte da reserva das forças armadas brasileiras.
Muitos têm sido os feitos daqueles abnegados que se dedicam ao radioamadorismo, aperfeiçoando técnicas e meios para fazer chegar bem longe a sua mensagem, alem de ser um hobbye que une famílias e faz existir uma grande confraternização.
Hoje, graças à evolução científica e técnica as estações dispõem de equipamentos simples, mas de grande capacidade, pois o que outrora era um feito artesanalmente é hoje, em verdade, industrializado. Simplificado, transistorizado, compacto, de baixo consumo e que já não são "causadores" das terríveis interferências nos demais meios de comunicação.
O Brasil tem hoje algo em torno de 35 mil radioamadores, sendo São Paulo o estado que tem o maior número, 11 mil, e aqui no Espírito Santo, segundo a ANATEL, órgão regulador, existem cerca de 500 permissionários.
Cláudio Soares de Almeida, PY4ESH
Renan de Almeida, PU1ARE
13/03/2009